Os mais de 20 mil parceiros da Microsoft no Brasil passam a ofertar software e serviços da fabricante no País em reais. A mudança passa a valer a partir de 19 de fevereiro para novos contratos e renovações de programas de licenciamento em nuvem e on-premise fechadas desta data em diante e não afeta contratos em andamento. Com a estratégia, a companhia visa reforçar seu compromisso com parceiros, que representam 95% da receita para empresas a nível global.

Felipe Podolano, diretor Canais e Vendas para Pequenas e Médias Empresas da Microsoft Brasil, comenta que o faturamento local em reais é um pedido de muitos anos dos parceiros e a grande vantagem, segundo o executivo, é a previsibilidade que a estratégia traz para que parceiros possam ser mais ágeis nas negociações de contratos com clientes finais.
“Um parceiro que fechar uma negociação de licenciamento por volume a partir de 19 de fevereiro, por exemplo, daqui um ou dois anos, no vencimento do contrato, pagará o mesmo preço em reais. Não haverá indexadores econômicos, salvo se tiver deslocamento muito grande em relação à moeda local. Dentro do nosso novo modelo de faturamento global, a lista de preços sempre será em reais, sem índice atrelado ao dólar”, afirma Podolano, em entrevista à Computerworld Brasil.

Ou seja, com a previsibilidade, o objetivo é que parceiros possam planejar melhor a renovação dos contratos no médio e longo prazo. “Os parceiros muitas vezes precisavam trabalhar com diversas possibilidades, considerando possíveis variações cambiais. E se o dólar bater R$ 4,00, ou abaixar para R$ 3,00? Os parceiros investem recursos, processos e pessoas para ter uma proposta final ao cliente. Nosso foco é que eles possam dedicar recursos, horas e investimentos nos negócios com a Microsoft do que se preocupar com variações cambiais que atrapalham no dia a dia.”

O executivo conta que, atualmente, com a venda com dólar americano, o parceiro é responsável por colocar os impostos e inserir nos custos finais. Agora, a Microsoft entregará com todo esse cálculo incluso. “Vamos atingir outro patamar de relacionamento, em que que o parceiro se sente mais confortável e não precisa considerar variação cambial e todos os cálculos de cenários econômicos como item da sua proposta para o cliente.”

Sobre a demora para atender ao pedido e implementar o faturamento em reais no País, Podolano explica que, por ser um sistema complexo, não é simplesmente “virar uma chave”. “Há uma série de implicações, como aspectos legais, de sistemas e uma diretriz da corporação. Isso é uma solicitação de vários países do mundo e entramos em uma ‘fila’ de priorização. Posso garantir que o Brasil é um dos poucos países no mundo que terá faturamento em moeda local, o que reforça a estratégia do País como região extremamente importante”, destaca.

Contribuição local
Outro item destacado por Podolano é o aumento da contribuição local por parte da Microsoft. “A mudança traz a Microsoft para novo patamar de contribuição municipal, estadual e federal. A empresa passa a pagar impostos locais que estarão inclusos nos preços. Isso significa que começamos a ter relevância ainda maior no mercado local.”

Portfólio
Na data de lançamento do novo modelo, cerca de 80% dos programas de licenciamento da empresa serão cobertos pelo faturamento em reais. Um deles que está de fora é o de Provedor de Soluções na Nuvem (CSP), que, segundo Podolano, já está sendo endereçado para ser contemplado ainda neste ano.

Ele diz que a companhia tinha a opção de travar a mudança por conta da plataforma não ter ficado pronta para o faturamento em reais, mas a opção foi de seguir em frente com o anúncio na semana que vem. “Enxergamos que isso era muito importante para parceiros e clientes finais”, justifica.

“O mais importante desse anúncio é que a Microsoft está trazendo benefícios para nossos parceiros, que são elos fundamentais na evolução de negócios da nuvem e transformação digital dos clientes”, finaliza.

Fonte: Computerworld Brasil